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ÍCARO BRASIL Nº 254, 255 e 256 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2005

 

 

WELCOME


Omar Carneiro da Cunha
presidente da Varig
presidencia@varig.com

Certeza no futuro do país

Basta consultar a relação dos homenageados nas edições anteriores de O Bom do Brasil para realimentar a esperança e a certeza no futuro do país. Há ali uma parte significativa do melhor da cultura, das instituições privadas e oficiais, da economia, do patrimônio natural. Em 2005, a história se repete. E nós, da VARIG – que sempre incentivamos essas escolhas –, mais uma vez nos sentimos felizes de estar na companhia dos homenageados. Orgulhosos de levar aos quatro cantos do mundo, em nossa revista de bordo, um pouco do que há de melhor no Brasil. Aliás, em nossos quase 80 anos de existência, esta tem sido uma das principais missões da VARIG: ser um pedaço do país no exterior. Estar sempre disponível ao Brasil e aos brasileiros nas cidades da Europa, das Américas, da Ásia e da África para onde voamos. Nossas lojas e escritórios no exterior são consulados informais do Brasil. A estrutura da empresa está permanentemente envolvida e alinhada com ações estratégicas que busquem o desenvolvimento nacional. E é por isso que estamos aqui, participando de mais uma edição especial, homenageando esse grupo tão representativo. E, como disse anteriormente, cada vez mais confiantes também no futuro da nossa VARIG, que sempre foi – e continuará sendo – O Bom do Brasil. Essa é a nossa VARIG, sempre pensando em servir você cada vez melhor.

 

Estrela brasileira

A VARIG chega ao fim do ano anunciando muitas novidades para seus clientes. A primeira delas, é a reestruturação de suas operações para a Ásia, iniciando os vôos em code-share para a China. E, a partir de janeiro de 2006, oferecendo mais opções de vôos em conexões para o Japão, via Estados Unidos e Europa. A nova ligação vai proporcionar nova dimensão nas relações comerciais entre o Brasil e a Ásia, e marcará a implementação do turismo de chineses para o Brasil. No ano passado, durante a visita do Presidente Lula à China, os governos dos dois países firmaram convênio que tornou o Brasil um dos destinos recomendados ao cidadão chinês para turismo. Com a inauguração da nova rota para Munique – três freqüências semanais a partir de 15 de janeiro de 2006 – a VARIG passa a oferecer novas opções para o Japão em vôos de conexão via Europa com as empresas ANA (All Nippon Airways), United Airlines, Singapore Airlines e Lufthansa. No mercado interno, a novidade é o projeto Varig Holidays, um shopping center virtual onde o passageiro terá uma extensa lista de ofertas de pacotes turísticos para destinos brasileiros e no exterior. Os pacotes serão apresentados em segmentos específicos como Turismo Clássico, Turismo de Mergulho, Turismo de Aventura, Resorts de Luxo, Super Weekend Nova York, Ecoturismo, Turismo GLS, Turismo Cultural, Turismo Rural e muitos outros. Essa é a nossa VARIG, sempre pensando em oferecer o melhor para seus clientes. Sempre pioneira. Sempre a Estrela Brasileira nos céus do mundo.

 


Marcelo Willian Bottin
presidente da VARIG
presidencia@varig.com

Passos importantes

É com muita satisfação que, pela primeira vez, troco algumas palavras com você, passageiro VARIG. Escolhido, em 21 de novembro passado para presidir a companhia, tenho a oportunidade de, ao assinar este editorial da última edição de 2005, fazer um breve – e otimista – balanço do ano que acaba. E, ao mesmo tempo, refletir sobre o futuro. Os últimos 12 meses foram de trabalho intenso e de extrema dedicação entre os funcionários da VARIG. Desde seu mais humilde colaborador, até os integrantes de sua diretoria, todos se desdobraram para que você continuasse a usufruir da excelência de nossos serviços e da internacionalmente reconhecida segurança de nossas operações. Mantivemos – e ampliamos – nossos vôos nacionais e internacionais. Com uma vasta oferta de horários, temos malha abrangente, com destino a 38 cidades no Brasil e 23 localidades no exterior, em 20 países das Américas, Europa, África e Ásia. Como empresa integrante da Star Alliance, ainda oferecemos a você, passageiro VARIG, ligações com outros 190 destinos, em 138 diferentes países. Paralelamente aos tradicionais cuidados com o conforto e a segurança, demos passos importantes no projeto de reestruturação da companhia. E posso garantir que chegaremos a 2006 cumprindo todas as etapas do Processo de Recuperação Judicial, encontrando soluções definitivas para restabelecer a saúde financeira da empresa. Aproveito para desejar a todos vocês um Natal de felicidades e um Ano Novo cheio de prosperidade.

 

Roberto Muylaert
publisher e editor
robertomuylaert@icarobrasil.com.br

Celebrando o Brasil

Pela oitava vez vamos celebrar este Brasil, sempre com tanta coisa boa a mostrar. E também o aniversário de Ícaro, que completa 22 anos a bordo da VARIG. Nossas escolhas dos homenageados, e as dos nossos leitores, correspondem a uma variedade de coisas e tipos em que o país sempre se mostra rico, colorido e original quando se busca uma agenda positiva. Para cada um deles, produzimos uma capa. Quase sem perceber, fomos geograficamente abrangentes nas escolhas, colocando lado a lado figuras como Kátia Correia, professora primária do Maranhão, e um ator consagrado como o pernambucano, bem carioca, Marco Nanini. Aliás, o Rio de Janeiro neste ano conta com dois bons do Brasil, a artista plástica Adriana Varejão e Durval Ferreira, que representa a bossa nova e dá show no lançamento desta edição especial de outubro. De Pernambuco, além de Nanini, vem o escritor e professor Ariano Suassuna, com seu brilho inigualável. Do interior do Estado de São Paulo, a vitoriosa Embraer, e da capital, o modelar trabalho no Sesc de Danilo Miranda. Da Bahia, o delicioso acarajé, degustado ao final da festa de 3 de outubro. Do Sul vem o destacado vinho espumante brasileiro, disputando aroma e paladar com os melhores estrangeiros. Do Pará, a exemplar e didática Reserva Mamirauá, e da Amazônia, a sociobiodiversidade, de cuja importância o país vem tomando consciência. Esta edição também faz muito sucesso no exterior, graças à caprichada tradução de Douglas Smith (já pensou verter acarajé para o inglês?). Ícaro chega a cinco continentes nos aviões da VARIG que vão até o outro lado do mundo, e também é enviada do Brasil para leitores, empresas e diplomatas de fora do país, passando uma visão nova, variada e vibrante do Brasil.O apoio publicitário também está bem representado na edição, cujo requinte e originalidade criam um clima propício a anunciantes, todos eles também bons do Brasil. Na premiação hors-concours, a VARIG é homenageada com honras e méritos, 78 anos após a assembléia de fundação da Sociedade Anonyma Empresa de Viação Aérea Rio-Grandense, V.A.R.I.G., onde dez bravos gaúchos colocaram dinheiro vivo, num tipo de incorporação sempre ousada, quanto mais naquele tempo. Também entrou na empreitada o público do Rio Grande do Sul, comprando ações de um negócio que deu certo, a partir da aquisição, por 425 contos de réis, de um único avião Dornier, chamado “Atlântico”. Hoje a VARIG segue sendo a maior empresa brasileira em número de passageiros transportados, cobrindo o Brasil e a América Latina – a VARIG chegou a Montevidéu antes de voar para o Rio –, além de percorrer caminhos pioneiros no difícil mercado internacional, como o vôo para Nova York, que neste 2005 completou 50 anos. Outra homenagem hors-concours é a de Eugênio Staub, presidente da Gradiente, que em 1997 acreditou na revista Ícaro, terceirizada para a RMC Editora, tornando-se seu primeiro anunciante, de ano inteiro. A todos os homenageados como O Bom do Brasil, nosso respeito e admiração.

 

Sem turbulências

A operação e administração de uma companhia aérea é uma das coisas mais complexas que existem no mundo empresarial. Não é à toa que há alguns anos a revista Fortune publicou um artigo de capa onde analisou a complexidade de cada gênero de negócios, terminando por considerar as empresas aéreas como as de mais difícil administração, pelo número de variáveis sob controle e principalmente as não controláveis que envolvem o transporte de passageiros, sem dúvida a mercadoria mais difícil e a que necessita de maior volume ao seu redor para ser transportada. Numa viagem recente à Alemanha na classe executiva, comecei a observar o trabalho de uma comissária que cuidava de Flávia, uma portuguesinha de 8 anos que viajava desacompanhada, mesmo antes do embarque. A menina estava adorando a viagem já nas preliminares, pois tinha a comissária à disposição para todos os seus desejos: revista para colorir, Coca-Colas, canudinho etc. Ela tinha a tranqüilidade de quem sabia que, ali naquele cantinho da sala de espera para onde tinha sido encaminhada, seria atendida com respeito e atenção. Na outra ponta da sala, lotada, bandejas de sanduíches de queijo e frios eram substituídas de imediato, tão logo iam sendo consumidas pelos passageiros que aguardavam o embarque. No avião, um Boeing 777, também lotado, é hora das comissárias se desdobrarem para atender mais de 280 passageiros com igual dedicação. Depois das 11,5 horas de vôo non-stop, o avião chega no horário a Frankfurt. O longo percurso foi amenizado pela ininterrupta simpatia da tripulação. Todo mundo sabe que nem sempre as coisas funcionam tão bem assim numa viagem desse porte, mas achei que valia o registro, uma vez que são poucos os relatos de uma viagem em que tudo funciona. É mais freqüente e natural que se registre o que não deu certo, em relação a uma viagem sem turbulências de nenhum tipo como a nossa.

 

Recuperação à vista

A velocidade com que as coisas vão acontecendo no mundo da internet é espantosa. Um site como o Google, lançado há apenas sete anos, deve faturar neste 2005 algo como 6 bilhões de dólares. É a nova era do universo publicitário, onde os anunciantes estão presentes quando a consulta ao Google é ligada a seu produto ou serviço, só havendo pagamento quando um interessado clica sobre a sua mensagem. Com isso, o Google já se situa como um dos maiores volumes de publicidade em relação à mídia tradicional. É impressionante a permeabilidade da internet por todos os meandros da atividade humana, que parecem não mais poder sobreviver ou trabalhar sem o auxílio dessa ferramenta disponível há tão pouco tempo. Embora a internet possa resolver e simplificar uma série de coisas também para quem viaja, não há substituto à vista para as companhias aéreas, que continuarão a cumprir bravamente a sua essencial e complexa tarefa de transportar pessoas mundo afora. E, a partir de agora, com perspectivas muito melhores, segundo a revista The Economist: depois de perder 43 bilhões de dólares em cinco anos, elas agora estão às portas de uma recuperação maciça. O tráfego internacional aumentou neste ano algo como 8,3%, comparado com 2004, e as encomendas de aeronaves estão no limite da capacidade de produção das fábricas. As companhias aéreas dos Estados Unidos, muitas em concordata, antevêem a possibilidade real de recuperar por inteiro suas finanças pela primeira vez desde o cataclismo de 11 de setembro. Já teriam conseguido, não fosse a grande subida do preço do petróleo desde 2003. São notícias que trazem grande alento não apenas para quem é do setor, mas também para os passageiros, fiéis e entusiasmados usuários do transporte aéreo.

 

 

VIDA A BORDO

Relaxe!

Mesmo para aqueles que não tem medo de voar, ficar no avião por mais de 5 horas pode ser estressante. Para isso, aproveite seu vôo: assista um filme, ouça uma musiquinha, conversa com o colega da poltrona ao lado, leia um livro...Se preferir, experimente fazer os exercícios que seguem e tenha uma viagem ainda mais agradável!

1. Respiração

• Sente-se ou fique em pé em boa postura.

• Ombros abaixados e relaxados.

• Antebraços e mãos relaxados.

• Mandíbula relaxada.

• Inspire preenchendo primeiramente as partes inferiores do seu pulmão. Você sentirá o abdômen em expansão, pois o diafragma o empurrará para frente.

• Preencha a parte média dos pulmões, enquanto suas costelas e seu tórax movimentam-se para o exterior, para acomodação do ar.

• Preencha a parte superior dos pulmões. Você sentirá seu tórax ligeiramente elevado. • Prenda a respiração por poucos segundos.

• Expire vagarosamente o ar, puxando levemente seu abdômen.

• Eleve os ombros e a clavícula levemente, de maneira que os ápices dos pulmões sejam reabastecidos totalmente com ar fresco.

 

 

SEU VOO

Editor de Aviação Ernesto Klotzel Ilustração Clayton Jr

Uma revolução em jatos executivos

Trata-se de minijatos que incorporam a última palavra em materiais, motores e sistemas eletrônicos embarcados, mas que, surpreendentemente, terão um preço de venda que oscilará entre 1,5 milhão e 2,6 milhões de dólares. Valores que soam alto, mas que, em aviação, são considerados bastante accessíveis. Um minijato desses poderá transportar em média quatro passageiros mais os pilotos e será fabricado com novos materiais, leves e robustos ao mesmo tempo, além de muito mais resistentes à fadiga e à corrosão. Seus dois motores também deverão ser menores, mais leves e menos poluentes. Seu desempenho em termos de velocidade e altitude de cruzeiro não fica devendo aos jatos maiores e mais espaçosos – e a um preço muito mais baixo. O minijato é o principal responsável por uma revolução já anunciada. Utilizados como táxis aéreos, eles vão permitir uma redução sensível no preço normalmente cobrado por hora de vôo, concorrendo assim com alguns vôos comerciais. Empresas que já contam com um turboélice ou que estejam maduras para ter sua primeira aeronave se sentirão encorajadas a se tornar operadoras de um transporte aéreo próprio da mais alta confiabilidade. Também se prevê o aumento do número de pilotos-proprietários, gente que já conhece o diferencial que a aviação executiva representa nos negócios e que, ao mesmo tempo, não querem se privar do privilégio de comandar um jato de verdade, mesmo que seja “míni”. Dois modelos se destacam na nova família: o Cessna Citation Mustang e o Eclipse 500, ambos em fase de certificação e que em breve devem chegar ao Brasil. Aliás, a própria Embraer já anunciou a intenção de fabricar o seu VLJ.

 

A competência mais cobrada do mundo

Eles existem em todos os formatos, e você certamente conhece alguns. São altos, baixos, magros ou menos magros, gordos jamais, com cabelos fartos ou calvos, pele das mais diversas tonalidades, risonhos ou compenetrados e tudo mais que pode diferenciar o ser humano. Em comum, têm a embalagem impecável em seus galões dourados na manga e platinas nos ombros e, principalmente, os predicados mais importantes: conhecimento, experiência,atualização, coordenação motora e excelentes condições físicas. Tudo somado, temos o perfil básico de um piloto comercial em exercício. Em qualquer país do mundo, sua competência é cobrada e questionada a cada seis meses: do momento em que é contratado como simples co-piloto até décadas mais tarde, quando já atingiu o grau máximo de comando no mais avançado jato de sua empresa. Não existe outro profissional no mundo que tem de provar, semestralmente, que merece continuar no posto. Duas vezes por ano, o piloto comercial põe em risco tudo que construiu em sua vida profissional nos chamados cheques de vôo em simuladores, nas provas de conhecimento técnico e nos sempre temidos exames de saúde. Isso quando não enfrenta uma volta à escola para se familiarizar na teoria e na prática com os mistérios de um novo avião que sua empresa adquiriu. Ocasião, aliás, em que pode ser simplesmente reprovado e condenado a ficar para trás em termos de promoção. Imagine, amigo passageiro, se a continuidade no seu emprego dependesse de uma avaliação completa do seu desempenho a cada seis meses. Se todo semestre você tivesse de comprovar que ainda reúne as condições para continuar no cargo. Pense nisso e olhe com respeito aquele comandante que, no pátio do aeroporto, caminha confiante na direção do seu crucial e delicado instrumento de trabalho.

 

MATÉRIAS

Brasileira, Global e Competitiva

Texto : roberto muylaert

Quando o país está em crise, o que não é situação de todo rara, existe uma coisa muito boa para levantar o espírito, para quem está no Estado de São Paulo: visitar algumas regiões do interior, onde a ocupação das terras faz lembrar um pouco o território europeu, não só pela extensão e beleza do espaço cultivado, como pela modernidade das técnicas aplicadas, dentre elas a utilização de aviões agrícolas Ipanema, da Embraer.

Ou então fazer uma visita à própria sede dessa empresa, em São José dos Campos, que projeta e fabrica aviões de última geração, com tecnologia de ponta desenvolvida aqui mesmo no Brasil. Entrando na fábrica, o visitante se entusiasma com a quantidade de aeronaves em produção, desde a colocação das primeiras partes sobre o gabarito que norteará a fabricação, até os aparelhos prontos ou semiprontos, ostentando o nome de uma multiplicidade de companhias aéreas, algumas delas situadas entre as maiores do mundo: Alitalia, United, American, Continental, US Airways, Jet Blue, Delta, Lot (Polônia), operando em 66 países de cinco continentes, o que dá à Embraer a liderança no mercado de jatos comerciais até 110 assentos, com exportações de 17 bilhões de dólares, de 1995 até hoje.

Um impacto ainda maior aguarda quem for a Gavião Peixoto (SP), outro complexo gigante de fabricação e testes de aeronaves, com uma pista de cinco quilômetros de extensão, um pólo de atração para as indústrias de componentes que ali vieram se instalar, como a Kawasaki, do Japão, que produz as asas da mais recente família da Embraer. Mas para fabricar é preciso vender, e em matéria de clientes novos vale destacar a encomenda firme da Air Canada para aviões de sua linha Embraer-170/190. Conquista muito especial, uma vez que a Bombardier, fábrica canadense que concorre com a empresa brasileira, é vizinha à companhia aérea local, que, no entanto, escolheu o modelo brasileiro, fabricado a 10 mil quilômetros de distância de sua sede. No total são 1.244 encomendas firmes de aviões comerciais, das linhas ERJ-145 e Embraer-170/190, segundo relatório de 2004 da empresa.

A Embraer foi fundada em 1969, como empresa estatal, presidida por Ozires Silva, baseada num tripé do qual já faziam parte, antes dela, o ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, uma escola de engenharia de alto nível, e o CTA, hoje denominado Centro Técnico Aeroespacial, para os ensaios necessários ao desenvolvimento dos projetos. A empresa foi estatal por 25 anos, até ser privatizada para um consórcio formado pela companhia Bozzano e os fundos de pensão Previ e Sistel. Uma característica comum aos períodos estatal e privado foi o acerto na definição dos nichos de mercado nos quais as aeronaves iriam se encaixar. O primeiro avião comercial foi o Bandeirante, um bimotor turboélice, não pressurizado, que teve procura internacional respeitável para suprir as necessidades da aviação regional nascente.

Depois veio a linha dos Brasílias, turboélices pressurizados que deram o impulso necessário para a companhia ganhar o mundo. E o ERJ-145, um avião ainda baseado no modelo anterior, mas a reação, suprindo as necessidades dos passageiros que desejavam seguir viajando a jato nos percursos menores, aposentando os turboélices. Esse modelo, popularizado em todo o mundo como versátil avião de passageiros, permitiu que a Embraer entrasse no mercado executivo com o Legacy, utilizando a mesma plataforma. E também no mercado de defesa, com os aparelhos de reconhecimento e patrulha que hoje controlam o espaço aéreo da Amazônia, dentro do projeto Sivam, assim como os Super Tucanos, aviões de treinamento e combate que aliam desempenho e beleza. Santiago de Compostela. Chegamos ali pelas 11 da manhã. A alegria de chegar só é compreensível por quem percorreu o caminho. As dores e venturas, os altos e baixos do caminho. Que é como refazer, entendendo melhor, o próprio caminho da vida. Final da tarde, boa hora para fotografar a sombra das nossas bicicletas na grande catedral erguida sobre o túmulo do apóstolo. Reunimos as últimas energias e fomos até Finisterre. Chegar ao fim do mundo não é fácil. Do mar vem um vento frio, neblina e umidade, e a paisagem é grave e misteriosa como a um fim do mundo convém.

Mas talvez a aposta mais ousada tenha sido na série 170/190, moderna e revolucionária, que entrou em operação em 2004, sendo a Lot a primeira companhia a utilizá-la em suas linhas regulares. Esses aviões, com jeito de Boeing, partiram de um projeto totalmente novo que utiliza o fly-by-wire, pilotagem por meio de commandos eletroeletrônicos, dispensando os tradicionais cabos e roldanas presentes na maioria das aeronaves em uso. Um detalhe mostra o cuidado com que o projeto foi desenvolvido: é possível ficar em pé junto à janela sem bater o ombro no bagageiro do avião, graças a dois semicírculos justapostos que compõem o perfil da cabine. Um nível de sofisticação obtido com a utilização de simulação em imagens tridimensionais, que permitem “entrar” no avião antes que ele exista, no sofisticado Centro de Realidade Virtual utilizado na Embraer. A modernidade e o desempenho dessa linha de aeronaves são compatíveis com custos acessíveis para os compradores, que unem o útil ao agradável quando utilizam a família 170/190. A Embraer parte agora para projetos novos na linha de jatos executivos leves e muito leves, estes últimos com capacidade para oito passageiros e custo a partir de 2,75 milhões de dólares. O exemplo da Embraer mostra a importância do desenvolvimento de uma tecnologia própria para um país que deseja ganhar o mundo com seus produtos industrializados. Embraer, uma escolha fácil para O Bom do Brasil 2005.


Importar aviões em dólar ainda tem mais vantagens do que comprar no Brasil em Reais

Se não fosse moreno, ninguém iria perceber que Maurício Botelho, 63 anos, nascido no Rio de Janeiro, pertence a outra tribo quando confrontado com os presidentes dos outros grandes fabricantes de aviões (Boeing, Air Bus e Bombardier), todos norte-hemisféricos, que com a Embraer formam o quadrunvirato mais poderoso do mundo em matéria de produção de aeronaves civis. Só o seu riso aberto, compassado, descontraído e simpático, pronto a reagir com bom humor a qualquer situação divertida, denota que ele vem de um país tropical, “de coração verde-e-amarelo”, como afirma, a ponto de içar um pavilhão nacional em cada instalação da Embraer mundo afora. E bota mundo nisso: são 2,5 mil funcionários que trabalham fora, nos EUA, França, Portugal, China e Cingapura, em 66 países servidos por 1,5 mil aviões comerciais, entre turboélices e jatos, que levam a marca Embraer. Botelho tem de cor os dados, características e estatísticas ligadas à aviação. Por isso mesmo, Ícaro resolveu preparar-lhe uma pegadinha, perguntando, de supetão, que título ele daria para esta matéria de O Bom do Brasil, ao que ele respondeu, também de bate-pronto: “Uma empresa brasileira global e competitiva”.

Com essa vocação jornalística insuspeitada, só restava mesmo adotar o título proposto. Botelho é o único presidente que a Embraer teve desde sua privatização, em 1994, por US$ 180 milhões, ou, considerando o valor real dos títulos dados em pagamento, US$ 90 milhões. Nada mau, como negócio, para uma empresa que hoje vale US$ 6,5 bilhões, depois de distribuir dividendos desde 1998. Durante a reunião com Ícaro, deu para ver que o entusiasmo do presidente segue intocado quando ele anuncia, em primeira mão, olhos brilhando, a venda de sete aviões Embraer-190 para a Air France, com enorme potencial de crescimento. Nem por isso ele se esquece de falar também do modelo 170, “único, na categoria capaz de pousar no pequeno aeroporto de London City, assim como o Legacy, que tem tido grande aceitação como avião executivo, com 60 deles voando no Brasil, Rússia, China, EUA e países da Europa Ocidental”. Em seguida, Botelho entra no assunto do momento, os dois modelos de jatos executivos pequenos: o Light Jet, que voa a 45 mil pés e custa US$ 6,85 milhões; e o Very Light Jet, US$ 2,75 milhões, que estão em fase de desenvolvimento.

Depois fala da área militar, onde a aposta maior é nos aviões de inteligência, supervisão e reconhecimento para o Exército americano – com a Lockheed Martin –, semelhantes aos ERJ-145 utilizados no Sivam, na Amazônia, ou na plataforma do 190. Uma indagação óbvia para o presidente é por que não há quase aviões comerciais da Embraer voando no Brasil. A resposta dispensa comentários: “Até hoje, é mais barato trazer aviões de fora do que comprá-los em reais no Brasil, por problemas de impostos e financiamento, embora o governo comece agora a pensar no assunto. Ao fazer a importação de uma aeronave, a companhia aérea brasileira manda moeda forte para o exterior e aumenta o seu risco pela variação cambial, além de criar empregos... lá fora!

 

um dia pleno

Texto & foto: werner rudhart

Estacada no terreno pantanoso em volta da foz do Rio Amstel, a cidade é a maior colônia de palafitas do mundo. Um engenhoso sistema de diques e canais de drenagem permitiu que o pequeno porto de pescadores progredisse a ponto de se tornar, no século 17, o mais importante centro comercial do mundo, onde floresceram as artes, a liberdade de pensamento e de vida. Valores que foram lapidando, na capital dos Países Baixos, a jóia preciosa que ela hoje é.

de manhã

Você fez reserva com antecedência e conseguiu se hospedar no Grand Hotel Krasnapolsky (1) Então pode se considerar duplamente felizardo. Primeiro, porque você se encontra num dos mais tradicionais e luxuosos hotéis de Amsterdã. Segundo, porque é no “Kras” que é servido o mais célebre café da manhã da cidade, num encantador jardim-de-inverno sob uma enorme cúpula de vidro e entre palmeiras, espelhos e murais art-déco. Um começo, mesmo para quem não é hóspede. Além do mais, o Krasnapolsky fica no coração da metrópole, no Dam, o dique erguido nas águas do Rio Amstel; juntos, eles batizaram a cidade. Saindo do hotel, passe pelo obelisco do Monumento Nacional, eternamente sitiado por mochileiros do mundo inteiro, siga por entre o classicismo majestoso do Koninklijk Paleis (Palácio Real) e as ogivas góticas da Nieuwe Kerk (Igreja Nova), e deixe a movimentada praça pela Rua Raadhuisstraat. Você está chegando agora ao coração do Grachtengordel (2), o famoso cinturão de canais de drenagem (Grachten) que circunda o centro em forma de meia-lua. No total são 165 grachten, somando 75 quilômetros de comprimento, que formam a cara e o charme de p fAmsterdã. Os três mais famosos, Herengracht, Keizersgracht e Prinsengracht, estão bem à sua frente. Interligados por travessas, convidam a um passeio por suas ruas idílicas, com o pitoresco casario histórico se espelhando em águas sossegadas, margeadas por barcos de moradia e cruzadas por pontes enfeitadas com flores. Ao finalmente alcançar a Rua Leidsestraat, escolha um dos bondes das linhas 2 ou 5 para viajar confortavelmente até a Museumplein (3). Nos dois cantos dessa praça, um imenso gramado cortado por calçadas e ciclovias, duas das mais importantes coleções de arte do mundo esperam por sua visita. Agora é só decidir se você prefere o moderno Van Gogh Museum, para ser iluminado pelas cores expressivas dos quadros e aquarelas do famoso pintor holandês e seus contemporâneos, p fou o realismo impressionante e cheio de sombras dos velhos mestres holandeses no Rijksmuseum (Museu Imperial). Este, um imponente edifício com ares de castelo neogótico, está passando por uma reforma que vai até 2008. Mas o maior museu da Holanda resolveu recompensar o público com uma seleção do que há de melhor entre os seus 5 mil quadros. Para digerir melhor as emoções provocadas pelos mestres dos pincéis, o vizinho Vondelpark (4) convida para uma pausa no terraço do Café Vertigo (Filmmuseum) ou para um passeio em meio a muito verde.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Boeing 747-200
Boeing 747-300
Boeing 767-200ER
Boeing 737-300
Boeing 767-300ER
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