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Em abril de 1980 o gaúcho Hélio Smidt assumiu a presidência da VARIG, que sob seu comando, acrescentou mais linhas domésticas e internacionais à sua rede, dando porém especial atenção às rotas domésticas para o interior do Brasil. Hélio Smidt também assegurou a modernização da frota através da incorporação dos Boeing 737, 747 e 767. Ele dirigiu a empresa dentro de uma filosofia extremamente dinâmica e deu muito valor ao homem e ao trabalho de equipe. A VARIG perdeu um pouco de seu brilho com o falecimento de Hélio Smidt, em abril de 1990.

No dia 12 de fevereiro de 1981 decolava o primeiro “Jumbo” da VARIG. A companhia tinha acabado de adquirir três Boeing 747-200, o maior avião comercial da época. Inicialmente o B747 operou na rota Rio de Janeiro – Nova York e foi um sucesso imediato entre os passageiros. Tanto, que anos mais tarde, em 1985, a VARIG adquiriu mais duas unidades, dessa vez do modelo Boeing 747-300, maior e mais moderno.

Outra novidade foi a chegada dos Airbus A300, inicialmente recebidos nas cores da Cruzeiro, em 1981. Os Airbus elevaram o conforto nas rotas domésticas para um novo nível, oferecendo poltronas largas, dois corredores, oito banheiros, canais de músicas individuais e duas classes de serviço, tudo inédito em rotas nacionais até então.

Em 1987 chegaram os jatos wide-body da nova geração, Boeing 767-200ER. A VARIG foi a primeira companhia do mundo a operar o B767 equipado com motores General Electric. Os Boeing 767 foram os responsáveis pela aposentadoria definitiva dos últimos Boeing 707 de passageiros na companhia. No ano seguinte, a modernização da frota chegou nas rotas domésticas, com os primeiros Boeing 737-300. Eles passaram a ser a principal aeronave para voos de curta e média duração, substituindo inclusive os famosos Electra II na Ponte Aérea Rio de Janeiro – São Paulo.

Na década de 80 a VARIG seguiu ampliando a sua extensa malha internacional chegando em Moçambique, Costa do Marfim, Canadá, Equador, Costa Rica e Panamá. Com isso a companhia atingiu o seu recorde, alcançando 42 cidades estrangeiras em 33 países na sua malha internacional. Em 1984, a VARIG inaugurou no Rio de Janeiro o seu centro de Catering, a maior, mais completa e sofisticada das Américas.

No dia 1º de junho de 1988 a malha internacional da VARIG passou por uma grande mudança. Com a inauguração do Aeroporto Internacional de Guarulhos em São Paulo, era uma questão de tempo para a maioria dos voos serem transferidos do Rio de Janeiro para São Paulo, que há muito tempo era a maior cidade do Brasil e a maior geradora de tráfego. A partir desse dia, a VARIG deu inicio ao seu HUB em São Paulo, com o inicio dos voos sem escalas entre São Paulo, Amsterdã, Frankfurt, Londres, Paris e Zurique. Esses voos faziam o chamado "voo triangular", onde também usavam o aeroporto do Galeão no Rio (até então o principal HUB da VARIG). Por exemplo o voo seguia o itinerário: São Paulo - Rio de Janeiro - Paris - São Paulo - Rio de Janeiro.

 


Cerimônia de entrega do Boeing 747


Cozinha VARIG Cartering / Boeing 747-200 / Chegada do Boeing 767-200 (Museu VARIG)

 

                              Como era voar nos anos 1980?

O glamour dos anos 60 e 70 começaram a perder um pouco de força com o inicio das companhias “low cost, low fare”. A classe que mais perdeu serviços foi a classe econômica, mas as refeições ainda eram fartas e haviam bebidas como vinhos e uísque. No entanto, o glamour na Primeira Classe continuava “firme e forte”. A novidade da época ficou por conta da Classe Executiva, que se consolidou nos anos 80.

No dia 1º de setembro de 1982 decolou o primeiro voo da VARIG com Classe Executiva. O voo RG810, na rota Rio de Janeiro - Miami, operado com um DC-10 lançou uma nova classe de serviço entre a Classe Econômica e Primeira Classe, seguindo a tendência mundial. A nova classe oferecia assentos mais espaçosos do que os da Classe Econômica e também com maior reclinação. A Classe Executiva foi pensada para os passageiros que viajavam a negocio, com mais privacidade, conforto e serviço de bordo mais elaborado que o da Classe Econômica, porém sem o luxo excessivo da Primeira Classe. Com o passar do tempo e a consolidação da Classe Executiva, a Classe Econômica foi se tornando "mais econômica", com serviço mais simples em detrimento de passagens mais baratas. A ameaça das companhias “low cost, low fare” nos EUA e Europa, obrigaram as companhias aéreas tradicionais a se reinventar e se tornarem mais competitivas, sendo capaz de oferecer passagens mais baratas para não perder mercado. Na década de 80, o número de assentos na Primeira Classe diminuiu, dando lugar para a Classe Executiva, porém o glamour continuou o mesmo. Os voos de longa distância se transformavam em um restaurante cinco estrelas na hora da refeição, com várias etapas. Começava pelos drinks acompanhados de canapés frios e quentes, depois vinham o caviar Beluga, Foie Gras de Strasbourg, Melão com presunto de Parma e sopa de cebola gratinada. Isso sem contar a entrada, saladas, prato principal e sobremesas, que incluía itens como um churrasco à Gaúcha completo e queijos franceses.

 

 

Década de 80

Frota VARIG:
02xAirbus A300B4

04xBoeing 707-300
05xBoeing 707-300F
07xBoeing 727-100
03xBoeing 727-100F
12xBoeing 737-200
03xBoeing 737-300
03xBoeing 747-200
02xBoeing 747-300
04xBoeing 767-200ER
11xDouglas DC-10-30
01xDouglas DC-10-30F

13xLockheed L188 Electra II
TOTAL: 70

Frota Cruzeiro:
02xAirbus A300B4
07xBoeing 727-100

06
xBoeing 737-200

TOTAL: 15

Frota Rio Sul:
07xEmbraer EMB-110
02xEmbraer EMB-120
04xFokker F-27

TOTAL: 13

Presidente:
Hélio Smidt

 

Destinos Nacionais:
43 cidades

Destinos Internacionais:
Montevidéu, Buenos Aires, Santiago, Assunção, Santa Cruz de La Sierra, La Paz, Lima, Bogotá, Caracas, Quito, Guayaquil, Cayenne, Paramaribo, Panamá, São José, México, Port of Spain, Bridgetown, Miami, Los Angeles, New York, Montreal, Toronto, Lisboa, Oporto, Madrid, Barcelona, Paris, Roma, Milão, Zurich, Frankfurt, Munich, London, Copenhagen, Amsterdam, Johanesburgo, Cidade do Cabo, Luanda, Abidjan, Lagos, Maputo, Tokyo

 

Passageiros Transportados: 142 milhões (média de 14,21 milhões por ano)

 

  Evolução da frota (Grupo Varig):
 

 


Mapa de rotas internacional em 1988 / Classe Executiva / Hangar no Rio de Janeiro

 

 

 

                              EM FOCO: Varig e Cruzeiro voando juntas

Em 1975 a VARIG comprou a Cruzeiro e passou a dominar 100% do mercado internacional. A partir daí a VARIG e a Cruzeiro passaram a voar juntas até a década de 90, onde a marca Cruzeiro finalmente desapareceu. Mas as duas companhias compartilharam muitas coisas, mesmo antes da compra de uma pela outra.
A VARIG foi a primeira companhia aérea do Brasil, fundada em maio de 1927 e iniciou operações graças a Condor Syndikat, que alugou o Dornier Wal - a primeira aeronave da VARIG. Já a Cruzeiro foi a segunda companhia aérea do Brasil, fundada em dezembro de 1927 como subsidiária da Condor Syndikat no Brasil. A Cruzeiro operou o Dornier Wal da VARIG, após a Condor Syndikat pegar de volta a aeronave. Ou seja, as duas tinham origem Alemã e suas histórias estavam intimamente ligadas. Porém a partir daí as duas começaram a se distanciar. Enquanto a VARIG permaneceu como uma regional do Rio Grande do Sul, a Cruzeiro cresceu pra se tornar a segunda mais importante companhia aérea brasileira, com voos para todo o Brasil e vários destinos na América do Sul. A VARIG começou a virar o jogo graças a Cruzeiro.
No dia 2 de outubro de 1947 a Cruzeiro recebeu autorização para voar aos EUA (Nova York e Washington) e recebeu três Douglas DC-4 para operar a rota. A companhia chegou a fazer alguns voos experimentais, mas queria que o governo brasileiro ajudasse a empresa. O governo não aceitou e a Cruzeiro desistiu de operar a rota para os EUA. Quem ganhou a rota para os EUA foi a VARIG, em 1952. Sendo assim a VARIG encomendou os Lockheed Super G Constellation e iniciou voos para Nova York em junho de 1955, deixando de ser uma companhia regional para ser uma companhia respeitada internacionalmente. Em 1961 a VARIG comprou a Real-Aerovias-Nacional e em 1965 herdou as rotas internacionais da Panair do Brasil, se tornando a maior companhia aérea da América Latina. Enquanto isso a Cruzeiro passou a ser a terceira maior companhia do Brasil, atrás da VARIG e da Vasp. Apesar de ser a terceira maior, a Cruzeiro era a única - além da VARIG - a possuir rotas internacionais, o que era uma grande vantagem visto que com voos internacionais a empresa recebia em dólares e assim tinha uma certa proteção contra as variações cambiais.
Em 1964 o Brasil entra no regime militar e o mercado de aviação passou a ser ainda mais controlado pelo governo. Após o choque do petróleo, em 1973, as companhia aéreas em todo o mundo entraram em dificuldades financeiras. Aqui no Brasil o governo achava que haviam companhias aéreas demais. Ele defendeu que deveria haver somente duas companhias aéreas e passou a incentivar a Vasp a comprar a Cruzeiro e a Transbrasil e assim dividir o mercado entre a Varig (com 60%) e a Vasp (com 40%). Desde então passaram a surgir boatos de uma empresa comprando a outra, os mais comentados eram a compra da Cruzeiro pela Vasp e a fusão entre a Sadia (Transbrasil) e Cruzeiro.
Enquanto as negociações entre a Cruzeiro e a Vasp prosseguiam, a VARIG foi comprando ações dos sócios minoritários da Cruzeiro. No final das contas a Cruzeiro tinha duas propostas: a da Vasp oferecendo 60 milhões de cruzeiro e a da VARIG oferecendo 80 milhões de cruzeiros. Além de ter oferecido um valor maior, a VARIG havia comprado várias ações da Cruzeiro e já tinha cerca de 30% da empresa.
No dia 22 de maio de 1975 o presidente da Cruzeiro anunciou a venda da empresa para a Fundação Ruben Berta (dona da VARIG). A reação da Vasp foi imediata e chegou a ameaçar fechar as portas se não houvesse uma redistribuição das rotas. No final das contas o governo brasileiro anunciou que não iria intervir na compra e que o importante era reduzir o número de companhias aéreas. O governo ainda disse que três companhias era um número aceitável, mas que o ideal seriam apenas duas e continuou a incentivar a fusão entre a Vasp e Transbrasil, o que acabou não acontecendo.
Após a compra da Cruzeiro, a VARIG explicou que marca Cruzeiro iria continuar operando. Porém a frota da Cruzeiro foi bastante reduzida, sendo retirado de operação todos os Caravelle e YS-11. A frota da Cruzeiro ficou estagnada em oito Boeing 727-100 e seis Boeing 737-200. A VARIG também aproveitou para usar a marca Cruzeiro como teste para novos produtos e serviços. O primeiro foi o Airbus A300B4, as duas primeiras unidades começaram a operar nas cores da Cruzeiro. Como os A300 fizeram grande sucesso entre os passageiros, a VARIG pintou as duas outras unidades com as suas próprias cores. Em dezembro de 1982 a Cruzeiro também foi usada para experimentar o Douglas DC-9-80 (ou MD-80). O objetivo da McDonnell Douglas era que a VARIG gostasse da aeronave e encomendasse uma frota para operar as rotas domésticas e para América do Sul. A VARIG ficou satisfeita com o MD-80, mas preferiu encomendar somente aeronaves Boeing 737 e devolveu o MD-80 em 1983.
Durante a década de 80 e inicio dos anos 90, os Boeing 727-100 foram gradualmente sendo desativados. Os A300B4 foram desativados em 1989. Em 1992 a frota da Cruzeiro era de apenas seis Boeing 737-200. No dia 1º de janeiro de 1993 a Cruzeiro deixou de existir oficialmente, mas suas aeronaves puderam ser vistas até 1997, quando os últimos Boeing 737-200 foram pintados nas cores da VARIG.
 

 

 

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Boeing 737-300
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