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ÍCARO BRASIL Nº 180 - Agosto de 1999

Volta ao crescimento

Uma empresa aérea do porte da Varig tem o seu destino sempre ligado ao desempenho econômico do país. Neste sentido podemos dizer que, junto com o Brasil, superamos os efeitos negativos surgidos com a variação cambial do início do ano, em curto espaço de tempo. O Brasil se recuperou de forma muito positiva e a Varig também passou muito bem por esse teste. No caso dos vôos nacionais fomos afetados, de início, pela menor presença dos executivos, preocupados em acertar a casa no primeiro momento de incerteza, e também dos turistas, suscetíveis a mudar seus projetos de viagem, quando o panorama parece ser de insegurança. Ao mesmo tempo, percebemos que o quadro reverteria em curto prazo, quando constatamos que a ponte aérea Varig-Rio Sul, verdadeiro termômetro da nossa economia, não só manteve o nível de passageiros, como aumentou, o que segue acontecendo até agora.

Com a recuperação da confiança interna e externa no Brasil, a tendência daqui para a frente é de que a ocupação dos aviões se acelere mais acentuadamente. Nos vôos internacionais também sentimos um decréscimo de passageiros após a variação cambial, muito embora o fluxo do exterior para cá tenha aumentado bastante. A partir daí procuramos nos adaptar à nova situação rapidamente, conscientes de que esta seria uma tendência de curto prazo, já que a fidelidade dos nossos passageiros à Varig é sempre uma agradável constatação, que nos enche de orgulho. E a reação surgiu rápida, não só pelo aumento de produtividade que conseguimos em nossas operações, como pela maior concentração de freqüências em algumas rotas.

Assim, agora voamos diariamente para Miami, Nova York, Los Angeles, Lisboa, Madri, Frankfurt, Roma/Milão, Paris, Londres e para o Japão, mantendo a liderança como empresa aérea que tem o maior número de vôos para os EUA e a Europa, com atenção redobrada para o Rio de Janeiro. Das dez freqüências semanais para Paris, três saem do Rio. Com perspectivas animadoras pela frente, confirmamos a nossa encomeda de 39 novos aviões, da última geração da Boeing. Eles começarão a chegar em 2001, quando o nosso crescimento projetado como empresa tem tudo para não só acompanhar, como até superar o percentual de evolução do nosso PIB.

Fernando Pinto
Presidente da Varig.

 

APARELHOS ELETRÔNICOS

Seguindo orientações internacionais, a Varig restringiu o uso de equipamentos eletrônicos a bordo. Em todo o vôo estão proibidos pagers, telefones celulares, toca-discos CD e D.A.T., jogos eletrônicos, laptops e notebooks (com impressora, mouse sem fio ou CD ROM), radiotransmissores e receptores de FM e GPS, controles remotos e microfones sem fio, TVs portáteis. É permitido em todas as fases do vôo o uso de máquinas fotográficas com flash embutido, marcapassos, relógios eletrônicos, aparelhos auditivos, equipamentos médicos eletrônicos. É proibido na decolagem e no pouso o uso de câmeras filmadoras e de vídeo, gravadores de fita cassete, calculadoras e agendas eletrônicas, barbeadores elétricos.

PROIBIÇÃO DO FUMO A BORDO

Consulte o comissário sobre as restrições vigentes.

BAGAGEM DE MÃO

É permitido ao passageiro transportar como bagagem de mão objetos de uso pessoal, sem inclusão na franquia de bagagem, cujo peso total não exceda cinco quilos ou cuja soma de suas dimensões não ultrapasse 115 centímetros.

VIAJANDO COM AS CRIANÇAS

Mediante reserva antecipada, providenciamos leite em pó, mamadeiras, comida especial, berços para bebês de até seis meses. Crianças de 5 a 11 anos, devidamente autorizadas, podem viajar desacompanhadas e sob os cuidados da companhia.

DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO

Dentre os equipamentos de segurança, a Varig mantém a bordo o Desfibrilador Externo Automático LifePak 500 – aparelho de reanimação cardíaca.

REFEIÇÕES ESPECIAIS

Nos vôos internacionais e nos nacionais partindo de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e Recife, a Varig oferece, com solicitação antecipada, refeições para diabéticos, vegetarianos, macrobióticos, crianças até 2 anos. Quanto às bebidas alcoólicas oferecidas a bordo, a Varig recomenda o uso moderado.

POR MELHORES VIAGENS

Para qualquer sugestão, peça a um dos comissários um formulário ou escreva para a Varig - Diretoria de Marketing - Gerência de Relações com Clientes - Av. Almirante Sílvio de Noronha, 365, bloco B, sala 389, Rio de Janeiro, RJ, 20021-010 - Fax (021) 272-5718.

 

A função da cauda

Os passageiros dificilmente têm sua atenção voltada para o conjunto da cauda do avião - conhecido como empenagem na linguagem técnica. A empenagem tem duas partes principais: o estabilizador horizontal e a deriva. O estabilizador horizontal é uma verdadeira asa invertida (veja Entenda seu Vôo em Ícaro Brasil nº 173), com superfícies móveis na parte traseira - os profundores ou lemes de profundidade. A deriva, também chamada estabilizador vertical, igualmente tem uma ou duas superfícies articuladas na parte posterior, constituindo o leme de direção.

As partes fixas garantem a manutenção da direção de vôo, enquanto as superfícies móveis permitem mudanças de trajetória. Nos grandes jatos, poderosos conjuntos de válvulas, cilindros e pistões hidráulicos (tudo triplicado, como garantia) atuam sobre as grandes superfícies dos lemes de profundidade e direção. O primeiro é comandado pelo manche, e o segundo, pelos pedais. Na maior parte do vôo os comandos são acionados pelo piloto automático. No curto espaço de tempo antes de o avião deixar a pista, o piloto puxa o manche; o movimento é transmitido por dezenas de metros de cabos de aço e centenas de roldanas e peças de precisão aos comandos hidráulicos próximos ao leme de profundidade, movendo-o para cima. A resistência do ar força a cauda para baixo e o nariz para cima. Com isso, o ângulo de ataque das asas aumenta, dando a sustentação necessária para, atingidas velocidades de até 300 quilômetros por hora, elevar do solo pesos brutos que podem superar 350 toneladas. Mas a última palavra em sistemas de controle de vôo é o fly-by-wire, onde comandos elétricos substituem os sistemas mecânicos.

Ernesto Klotzel
Editor de Aviação

 

SUA MAJESTADE O CLIENTE
UM FORTE CANAL DE COMUNICAÇÃO COM O CONSUMIDOR, A INTERNET DEVERÁ SE TORNAR O CENTRO DOS SISTEMAS DE ATENDIMENTO AO CLIENTE

Aposto que você já se perguntou, pelo menos uma vez, por que o serviço de atendimento a clientes de seu banco, seguradora ou operadora de telefonia é tão burro. Afinal, não são raras as vezes em que, às voltas com uma reclamação ou à procura de uma informação, somos obrigados a conversar com um punhado de atendentes e, pior, contar a cada um deles a mesma longa e repetitiva história. Se você ficou irritado só de lembrar uma situação em que participou dessa maratona de telefonemas e perguntas, relaxe. Ao que tudo indica os sistemas de atendimento a clientes estão ganhando alguns pontos a mais em seu coeficiente de inteligência e devem em breve se transformar em algo bem esperto.

Logo, logo, vão saber que é você quem está telefonando à empresa ou acessando seu site assim que você for atendido. Além disso, vão lembrar quantas vezes você se comunicou com a companhia e as razões desses contatos e irão até conhecer as suas preferências entre os produtos ou serviços da empresa. Isso tudo porque, depois de gastarem anos desenvolvendo sistemas para organizar as finanças, as fábricas, o departamento de recursos humanos e mais um monte de áreas das companhias, os empresários descobriram que a peça que faltava para tornar seus negócios de fato um sucesso era um serviço de atendimento a cliente de primeira linha.

E não é à toa que os consumidores estão ganhando atenção especial das corporações. Um estudo realizado pela unidade de Economia e Negócios da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, mostra que as empresas perdem metade de seus clientes a cada cinco anos. E pior: gastam duas vezes mais para angariar um novo consumidor do que para continuar com os já existentes. Ou seja, todo dinheiro gasto com o intuito de agradar e manter os atuais clientes é, no fundo, lucrativo. Na área de informática, esse interesse por fidelizar consumidores se traduziu em uma nova onda entre as companhias especializadas no desenvolvimento de softwares para o mundo corporativo. Trata-se de uma linha de programas voltados às áreas de marketing, vendas e serviço que procuram fornecer às empresas que os utilizam o máximo de informações possível sobre seus próprios clientes.

Conhecidos entre os técnicos como soluções CRM (sigla do inglês Customer Relationship Management ou gerência das relações com o cliente), esses softwares estão entre as apostas de sucesso de vendas para o próximo ano de alguns dos principais nomes da indústria de informática. IBM, Microsoft, Compaq, Oracle e SAP são apenas algumas das gigantes de olho nos sistemas para atender melhor os clientes e em busca de uma nova fonte de lucros. E todas elas colocam a Internet como um dos principais meios para aprimorar essa delicada relação entre fornecedores de produtos e serviços e seus clientes.

Várias empresas, principalmente norte-americanas, já descobriram que a rede mundial vai ser mais do que um canal de vendas. "A Web é vista hoje como uma extensão dos números 0800 nos Estados Unidos e deve expandir violentamente sua influência, se tornando um importante canal de comunicação com os clientes", afirma Jim Condon, presidente da empresa CyberCash, especializada na intermediação de pagamentos de compras feitas via Internet. Com metade de seus serviços a clientes feita via e-mail ou pelo Website, a CyberCash é apenas um dos primeiros membros de um clube de empresas que está crescendo vertiginosamente nos Estados Unidos: o de companhias que investem na Internet como forma de melhorar sua comunicação com os clientes.

Prova de que esse é um clube em expansão é um recente relatório apresentado pelo instituto de pesquisas The Yankee Group.

A análise do instituto prevê que deste ano até 2003 as vendas de soluções de centrais de atendimento baseadas em Web devem crescer dez vezes, saltando de US$ 120 milhões em 1999 para US$ 1,2 bilhão ao final de 2003. Entre os entrevistados pelo The Yankee Group, 57% já usam a Internet como canal de atendimento a clientes. Mais da metade (53%) das empresas que ainda não se comunicam via Web pensa em fazê-lo nos próximos 12 ou 18 meses.

Dentro de dois anos, porém, de acordo com esse estudo, quase dois terços das empresas esperam que mais de 25% de seus consumidores sejam atendidos pelo canal Internet. "São diversas as maneiras de atender os clientes usando a Web e as companhias simplesmente não descobriram todas elas", diz Jamila Xible, analista do The Yankee Group. "Pode ser através de respostas via e-mail, acesso a uma base de informações básicas e até conversas em tempo real, via voz ou telas de navegadores", explica Jamila. Atualmente, as mais usuais são respostas a solicitações feitas via e-mail e fornecimento de uma base de informações úteis aos clientes.

No Brasil, apesar de a utilização da Internet como canal de comunicação com o consumidor ainda não ter desabrochado, já existem boas iniciativas que estendem os meios de contato com os clientes para a Web. A Fiat Automóveis, por exemplo, ao lançar seu novo modelo de carro, o Brava, montou um serviço em seu site que permite aos navegantes selecionar todos os acessórios desejados no veículo, descobrir o preço que ele está sendo vendido, a melhor forma de financiamento e fazer o pedido. Depois disso, é só aguardar, pois a montadora se encarregará de mandar, via e-mail, a data mais indicada e a concessionária mais próxima, onde o comprador poderá assinar os documentos necessários e já sair dirigindo seu carro novo.

Já a Doriana, uma das mais tradicionais marcas de margarina do Brasil, optou por incluir um site na Internet no projeto de reestruturação da marca no país. Com o objetivo de se voltar para um público mais jovem, a Doriana mudou embalagem, campanha publicitária e, simultaneamente, colocou na Web serviços que incluem receitas, dicas de utilização do produto e até uma tabela para controlar as calorias consumidas no dia. "Com esses serviços vamos também conhecendo melhor nosso cliente e sabendo o que ele pensa do produto, incluindo críticas ou elogios à marca", diz Cristiane Loize, gerente de produto da Unilever, dona da marca Doriana.

Conhecer melhor o cliente é um dos principais recursos oferecidos por esses novos programas chamados de CRM. As ferramentas permitem dividir e selecionar os clientes cadastrados e, assim, fazer campanhas dirigidas e acompanhar de perto os resultados desses trabalhos. "Conhecendo melhor seu público-alvo, as empresas podem usar argumentos mais adequados para atingi-lo", explica Celso Amaral, vice-presidente da Oracle Brasil, uma tradicional fabricante de software para banco de dados e sistemas corporativos para gestão integrada, que está vendo o mercado de soluções para atendimento a clientes como um ponto crucial de sua estratégia de negócios.

A expectativa da Oracle Brasil é fechar o ano fiscal, em julho próximo, com uma receita de US$ 30 milhões gerada pela área de CRM. A cifra parece modesta quando comparada com um estudo do instituto norte-americano AMR Research, que afirma que o mercado de gestão de relacionamento com cliente deve movimentar US$ 7,5 bilhões em 2002.

Quem deve fazer parte dessa estatística é a fabricante de equipamentos de informática Hewlett Packard, que está investindo pesado para conhecer, se comunicar e atender melhor seu consumidor. Na Europa, o atendimento de todos os seus consumidores é feito por uma central que está localizada na Holanda, com atendentes que falam em média quatro idiomas diferentes, o que, na pior das hipóteses, reduz o número de funcionários. Apesar dos 18 meses de implantação do sistema CRM, que também foi adotado nas centrais de atendimento dos Estados Unidos, da Ásia e da Austrália, a HP ainda não está completamente satisfeita com seus meios de relacionamento com os clientes. "Nosso objetivo final é eliminar as chamadas telefônicas e call centers e mudar o máximo que pudermos para atendimento via Web", diz Kelley Wood, gerente de call center da HP americana. A utilização da Internet como meio principal de comunicação com os clientes parece que não é objetivo apenas da Hewlett Packard.

 

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO
DISPOSITIVOS PORTÁTEIS E INTELIGENTES VÃO CONECTAR AS PESSOAS ENTRE SI E PERMITIR APLICAÇÕES REUNINDO VOZ, IMAGENS E DADOS

Ao desembarcar no aeroporto em Seul, o executivo entra no Mercedes que alugou e instintivamente conecta o seu assistente pessoal ao painel. Ligado aos sistemas do automóvel, o dispositivo cumprimenta o dono e já começa a indicar o trajeto do escritório onde será realizada uma importante reunião de negócios.

No caminho, o nosso engenheiro de projetos pede ao seu assistente eletrônico que reserve as passagens de volta para a Califórnia para aquela mesma tarde, às 17 horas na companhia aérea de praxe. A reserva é feita instantaneamente. Na sede de seus clientes, o nosso executivo é esperado por quatro funcionários de alto escalão da companhia para quem presta serviços. Apertos de mão, leves inclinações do tronco como é costume no Oriente e odos se sentam à mesa de reuniões.

O engenheiro de satélites novamente toma o seu aparelinho e o encaixa na mesa de reuniões. A conversa tem início, e o dispositivo traduz todo o diálogo do coreano para o inglês e vice-versa. No desenrolar da reunião, o executivo pede que o projeto com as melhorias do satélite seja mostrado. Em segundos o assistente que não é maior do que um pequeno celular faz um download da imagem do satélite que é projetada em uma holografia tridimensional no centro da mesa, onde as alterações são demonstradas.

Futurista? Nem tanto. Todas as tecnologias acima citadas já estão disponíveis, só não foram reunidas ainda, mas isso é só uma questão de tempo. Nos Estados Unidos, o acesso à rede mundial por telefones celulares já é realidade. De um aparelho que não é nada maior do que os que vemos por aqui, é possível verificar notícias no site da CNN, conferir a previsão do tempo na página do Weather Channel e até trocar e-mails pelo Visto.com.

As novidades não acabam aí. O Bank of America, maior banco dos Estados Unidos, vai inaugurar no próximo ano um sistema de Internet banking para ser usado com telefones celulares ou assistentes pessoais. Com o novo serviço, cerca de 30 milhões de clientes poderão executar operações de Internet banking por meio de equipamentos sem fio. Além dos celulares os norte-americanos também já podem navegar pela Rede com um assistente pessoal. Em Nova York, já está em operação uma infra-estrutura para suportar o acesso à Internet sem fio dos micros de mão, Palm VII, da fabricante 3Com.

E o Brasil ?

Toda essa tecnologia não está tão longe do país como parece. As operadoras de telefonia Telemig e Tess já oferecem acesso à Internet de um celular e o serviço de operação do Palm VII, por exemplo, deve desembarcar no Brasil durante o ano que vem. E as novidades não estão apenas na base. A StarMedia, por exemplo, adquiriu a desenvolvedora de software de integração de portáteis com a Web, Page Cell e está atrás de parcerias com as operadoras de telefonia celular para viabilizar o acesso à Web sem fio, nas demais operadoras no Brasil. Entretanto, os passos dessa revolução marcam-se primeiramente pela proliferação de pagers, celulares e computadores de bolso, conhecidos por palmtops. Essa explosão da telefonia móvel não é de se espantar, de acordo com o Gartner Group, dentro de três anos, os dispositivos móveis vão ser responsáveis por 76% dos acessos à Internet.

Com vistas a esse mercado, importantes nomes da indústria de tecnologia da informação estão se mobilizando e gerando negócios que, somados, atingem cifras de bilhões de dólares. No começo deste ano, Cisco e Motorola anunciaram o projeto de construir uma Web sem fio. O investimento de ambas atingirá US$ 1 bilhão nos próximos quatro anos.

A aliança pretende formar uma plataforma baseada em Internet para integrar serviços de dados, voz e vídeo sobre redes celulares, expandindo a Web para um mundo sem fios. A Ericsson, também, anunciou neste ano investimentos de US$ 5,5 milhões na Saraïde.com, um provedor americano de serviços de comunicação de dados sem fio. Entre os serviços estão e-mail, e-commerce, consulta a ações e informações sobre viagem.

Outro investimento pesado envolvendo a Ericsson é na empresa dinamarquesa Telebit, com o objetivo de impulsionar a linha de produtos na área de Web sem fio. Segundo informações da empresa, serão investidos US$ 28 milhões, em dois anos, na companhia especializada em produtos baseados no IP versão 6, o futuro protocolo da Rede que assegura a qualidade de serviços de tráfego de voz, multimídia e dados.

A Microsoft, como não poderia deixar de ser, também já investe no mercado de tecnologias sem fio. A companhia de Bill Gates anunciou que está adaptando a rede MSN para trabalhar com celulares e computadores portáteis. A inauguração do novo portal está anunciada para este ano e promete conectar, de qualquer lugar, os usuários a serviços como o correio eletrônico HotMail, notícias da MSNBC, cotação de ações da MSN MoneyCentral, agendas da Jump Networks e previsão do tempo.

Entre as surpresas reservadas para o próximo ano, a Motorola anuncia conexão com a Internet a partir de todos os aparelhos celulares desenvolvidos pela companhia. A fabricante pretende trabalhar em parceria com a Ericsson e a Nokia para criar conteúdo que possa ser consultado na tela dos aparelhos. A idéia é tornar todos os aparelhos da Motorola compatíveis com o chamado WAP (protocolo de aplicações sem fio, do inglês wireless application protocol). Apesar da restrição imposta pelo tamanho, a tela dos telefones comporta informações sobre vôos e programações de cinemas, por exemplo. E não é só a indústria que aposta nesse futuro de dispositivos conectados e inteligentes. De acordo com o instituto de pesquisas Gartner Group, em 2001, 25% de todos os trabalhadores serão profissionais móveis.

Para viabilizar essas expectativas, empresas de tecnologia da informação e pesquisadores dos mais renomados institutos não só movimentam uma indústria cada dia mais promissora na economia mundial como também inserem em nosso cotidiano parte do admirável mundo novo que está nascendo.

 

Projeto piloto do século 21

Na edição de setembro da revista Wired, referência mundial para os interessados no universo da informática e das telecomunicações, Steve Silberman - que consolidou um especial sobre a proliferação dos dispositivos sem fio na Finlândia - escreveu o seguinte: "tecnologias sem fio vão moldar a maneira de trabalhar, comprar, pagar contas, namorar, marcar encontros, conduzir guerras, tomar conta de nossas crianças e também de escrever poesia no próximo século". O deslumbramento do jornalista não é exagero quando se descobre que no ano passado a quantidade de telefones móveis vendida no país gelado supera à de automóveis e computadores pessoais somados. Dos 165 milhões de telefones vendidos, 41 milhões foram fabricados pela Nokia, e o mercado está longe do ponto de saturação. De acordo com a reportagem da Wired, o "século 21 está em beta na Finlândia".


Nova tecnologia

Para 2001, podemos aguardar sinais, pelo menos no exterior, do que tem sido chamado a terceira geração de serviços celulares. Na linguagem das telecomunicações, telefones celulares analógicos foram a primeira onda. As redes digitais de telefonia classificam a segunda geração. A terceira é fortemente marcada pela convergência entre telefones móveis e a Internet, incluindo alta velocidade de acesso sem fio, redes inteligentes e fundamentalmente a computação fora de quatro paredes ou, simplesmente, fora de parede alguma. Essa tecnologia se diferencia, principalmente, pela alta capacidade de transmissão de dados: 2 megabits por segundo, com o equipamento parado, e 384 kilobits por segundo em movimento. Tamanho desempenho confere a esses aparelhos inúmeros recursos, incluindo consultas aos diversos bancos de dados da Internet, cotações financeiras, roteiros culturais e até videoconferências via aparelho móvel. Ainda não existem previsões oficiais para a comercialização da terceira geração. Atualmente, os celulares digitais transmitem dados a velocidades que giram em torno de 14,4 kilobits por segundo.


O MIT e os Jetsons
O que não passava de ficção científica está se concretizando nos laboratórios

George Jetson alerta o filho Elroy: "Vista sua jaqueta ao sair! Ela enviará o sinal para ajustar o aquecedor... Seu quarto estará quentinho e confortável quando você voltar...". Quem nunca assistiu, deslumbrado, às mil e uma parafernálias tecnológicas usadas pelos personagens do desenho animado Os Jetsons: videoconferência, eletrodoméstico comandado por voz e até a máquina para programar o que você quer sonhar? Parte do cenário em que vive a família futurista daquele desenho animado, onde quase tudo é comandado por máquinas fantásticas, deixou de ser fictícia.
 

A jaqueta do pequeno Elroy, por exemplo, já é realidade no Massachussets Institute of Technology (MIT), cujos pesquisadores estudam seriamente recursos móveis e trajáveis de computação. Por meio de uma malha especial e um conjunto de sensores espalhados pelo tecido, o sinal é enviado para o computador central de uma casa que terá o ar-condicionado regulado a partir da temperatura de quem está vestindo a jaqueta. Pode-se ainda operar a luminosidade dos ambientes, checar as condições dos alimentos guardados na geladeira e acionar sistemas de segurança, como alarmes e travas elétricas de portas e cofres.

Trabalhos semelhantes, supérfluos aos olhos daqueles que resistem ao advento das máquinas, são tidos como pesquisas fundamentais pela indústria, que busca incessantemente novos padrões para determinar o rumo da nossa sociedade de consumo nos próximos anos. Embora os computadores trajáveis ainda pareçam pouco úteis em nosso cotidiano, dezenas de outros recursos provenientes das tecnologias de transmissão sem fio já fazem parte do cotidiano de milhares de pessoas.

Promissora e gradativamente difundida é a tecnologia Bluetooth, na qual mais de mil empresas de tecnologia da informação ao redor do mundo estão concentrando esforços. O chip com sistema de transmissão de dados por ondas de rádio em um raio que varia de dez a 100 metros vai custar cerca de US$ 5. Com isso o consumidor vai poder ter uma câmera digital que vai transmitir as imagens para o seu computador sem precisar de um cabo, vai ser necessário apenas ter um aparelho do lado do outro. As possibilidades não param por aí. O computador vai poder usar a linha do celular para se conectar à Internet, sem precisar de qualquer cabo conectando um ao outro. Até o portão da garagem de casa vai poder ser aberto pelo celular com essa tecnologia.

Os equipamentos vão ser capazes de transmitir voz e dados em taxas de 1 megabit por segundo em qualquer lugar do mundo. Não bastasse, a tecnologia inclui uma espécie de criptografia utilizada para proteger os dados trocados entre os diversos aparelhos.

Um dos pontos principais é o baixo consumo da bateria que, segundo especialistas, é inferior a a 5% do total do aparelho que estiver equipado com o chip. Previsões do instituto de pesquisas Dataquest apontam que 79% dos terminais digitais e mais de 200 milhões de PCs terão tecnologia Bluetooth em 2002. Os primeiros dispositivos usando chips Bluetooth devem ser lançados comercialmente no início do ano 2000.

 

 

Web anabolizada
NASCE UMA NOVA REDE, MAIS ORGANIZADA E VELOZ

Um paciente com problemas no coração foi operado em Uberlândia, Minas Gerais, no começo de setembro. Nada de mais, se parte da equipe de médicos que participava da operação não estivesse em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, a centenas de quilômetros de distância da mesa de cirurgia.

A transmissão das imagens de alta qualidade, em tempo real, só foi possível graças à chamada Internet 2. Trata-se da próxima geração da rede mundial de computadores, que está em fase de testes em todo o mundo e deve estrear comercialmente no Brasil nos próximos anos.

Toda a estrutura da Internet 2 é composta de fibra óptica com velocidades na ordem de megabits e gigabits por segundo. Hoje, as conexões discadas pelo telefone atingem velocidades reais de transmissão de no máximo 28 kilobits por segundo. Estamos falando de uma rede dez mil? vezes mais rápida. A evolução é inevitável. A estrutura atual da Internet não comporta mais a quantidade de dados cada vez maior que trafega pelo emaranhado de linhas telefônicas que compõem a Rede. Alguns especialistas até prevêem um colapso se a nova geração não for implantada rapidamente.

No Brasil, o projeto da nova Internet foi chamado de RNP 2, pois é desenvolvida pela Rede Nacional de Pesquisa (RNP), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Cerca de US$ 200 milhões foram investidos no projeto até agora.

A base dessa segunda Internet são as 14 Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (ReMAVs) já construídas no Brasil. Nessas redes, as velocidades chegam a 622 megabits por segundo, cerca de 20 mil vezes mais rápidas do que o modem que você usa em casa. Nos próximos meses, as ReMAVs de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília serão interligadas, possibilitando aplicações entre esses centros praticamente ilimitadas de transmissão multimídia, com alta qualidade, segurança e estabilidade.

Diversos países estão testando seus projetos de Internet 2. Ainda não há transmissões continentais, mas especialistas prevêem que em dez anos a nova geração será o padrão comercial em todo o mundo. A transição será natural, com os dois sistemas coexistindo por um tempo.

Assim como a Internet, que cresceu nos meios acadêmicos e passou por um período de testes antes de ser comercializada, a nova geração segue a mesma lógica. A fase de testes está bem avançada e logo será comercial. Depois de virar padrão, dizem alguns, os meios acadêmicos começarão a desenhar a Internet 3. Então, um dia, também a Internet 2 fará parte do passado.

Leia mais sobre a RNP 2 no site www.rnp.br.

 

DESEMPREGO PÓS-MODERNO
A WEB TEM SE TORNADO UMA BOA ALTERNATIVA PARA EMPRESAS À PROCURA DE PROFISSIONAIS

Uns três anos atrás, começaram a surgir os primeiros sites de procura de emprego na Web brasileira. Naquela época, poucas empresas acreditavam no potencial da Rede para encontrar profissionais qualificados no mercado. Hoje, a história é bem diferente. Cada vez mais as companhias estão apostando na Internet para recrutar talentos e eliminar os custos dos extensos processos de seleção. Prova disso são as projeções do Forrester Research, instituto especializado em pesquisas na área de tecnologia da informação.

"A velocidade da informação e a facilidade de trabalhar volumes de dados são um dos grandes diferenciais em utilizar a Internet para selecionar profissionais ou procurar um novo emprego", comenta Leandro Idesis, gerente de marketing da empresa de recrutamento Catho Online. Outras vantagens, segundo o executivo, são agilidade, comodidade e economia. Você pode estar na sua casa à noite durante um fim de semana e a chance de um novo emprego aparecer.

Como funcionam serviços dessa categoria? O espaço principal destina-se ao cadastramento de currículos - a vitrine que diferencia um candidato do outro. Ali, os usuários têm a chance de apresentar suas aptidões, preferências e pretensões para as empresas que estão à caça de pessoas. Mas, atenção. A maioria dos recrutadores já cobra taxas para gerenciar os candidatos na Web. Esses valores variam de pequenos débitos mensais - entre R$ 5 e R$ 30 -, podendo chegar a parcelas da remuneração inicial do profissional que vier a ser contratado por indicação da agenciadora.

Para quem não quer gastar nada, existem também sites onde a manutenção de currículos é de graça, a cobrança é feita para as empresas interessadas em contatar as pessoas cadastradas.

O internauta que acessar esses sites também encontrará informações preciosas sobre carreira - dicas de como se dar bem em uma entrevista, como montar um currículo e o que considerar na hora de negociar uma boa contratação. E não é só isso. Os serviços de emprego na Web são uma mão na roda para investigar como está o mercado. Basta consultar outros currículos, conferir as habilidades dos concorrentes potenciais e checar o perfil de profissional que as empresas estão procurando.

"Entrei em vários sites de recrutamento, selecionei as vagas que se encaixavam no meu perfil e cadastrei o currículo", lembra a secretária Ligia M. D. de Oliveira. Em menos de uma semana, a caixa postal de Ligia recebeu diversas ofertas de emprego - resultantes do cruzamento de suas aptidões com as exigências das vagas incluídas nos sites. "Após três dias, fui contratada por uma empresa que colocou uma vaga de secretária no site do grupo Catho", diz Ligia.

No entanto, lembre-se de que não há milagres na rede. A Internet é, sem dúvida, uma ferramenta e tanto para quem está disposto a encontrar ou mudar de emprego - mas cabe ao navegante ter as qualificações necessárias para fisgar a vaga pretendida. Os serviços de recrutamento online abrem as portas de muitas companhias e eliminam etapas de seleção, mas não camuflam a capacidade profissional de ninguém.

 

A rede e seus portais


 

Centros de entretenimento online, os portais tentam reunir tudo o que os internautas procuram na rede, de e-mail gratuito a shoppings virtuais

Você já deve ter ouvido falar de um portal na Web ou de empresas que estão investindo em portais corporativos. Se você fica sem saber o que isso significa, a explicação é bem simples. Um portal é um centro de entretenimento digital, o equivalente a uma praça pública na Grécia antiga. O objetivo desses sites é ser sempre o primeiro lugar visitado pelos internautas quando eles se conectam à Web.

Para isso, os portais tentam reunir tudo o que um navegante precisa. Ali, o visitante pode verificar o seu correio eletrônico, ler notícias, checar a previsão do tempo, fazer compras e até bater papo. Mas não é só isso, como em um porto seguro, nos portais, a gama de informações disponíveis na Internet pode ser rastreada por mecanismos de busca que classificam e separam tudo o que está disponível na rede mundial. A finalidade é auxiliar os navegantes a encontrar o que eles realmente desejam ver.

Se você já passeou pela Rede, certamente, já esteve em um deles. Sabe aquela página inicial dos grandes provedores como UOL, ZAZ e StarMedia. Bom, isso é um portal. Quer mais? Lembra dos sites de busca onde você vai quando quer saber onde encontrar uma página que fale sobre cangurus de manchas pretas da Nova Zelândia. Isso mesmo, o Cadê, o Yahoo! e o AltaVista também são portais.

Agora que está explicado o que é portal, vamos aos finalmentes. Caso você não tenha reparado, em um portal tudo é de graça! Ou seja, você não paga nada para entrar ou navegar por ele. Sabe por quê? Porque a idéia é que, com o tempo, o portal se torne o ponto de referência para milhões de navegantes virtuais, começando a atrair anunciantes e, conseqüentemente, passando a dar lucro. Entendeu? De fato, o modus operandi é muito similar ao adotado pelas maiores cadeias de TV do planeta.

De acordo com os analistas da empresa de consultoria especializada em informática Gartner Group, os portais terão tanto impacto na vida das pessoas, após o ano 2000, como têm hoje as maiores redes de TV do planeta.

Apesar de os modelos de negócios na Web apresentarem taxa de mutação maior que o vírus da gripe, os portais parecem ser a exceção à regra. Não é à toa que todo site pretende ser atualmente um portal. Nessa competição, o que importa é a audiência. Quanto mais tempo o visitante ficar conectado ao site, e a ele voltar, melhor. Todos querem ter o internauta "grudado" a suas páginas e a idéia é oferecer tudo o que ele pretende ter da Internet no mesmo endereço. Por isso, a vantagem é de quem oferece a maior quantidade e qualidade de informação e entretenimento, independentemente de ser ou não um provedor de acesso. A audiência é hoje o grande atrativo para os anunciantes e investidores da Internet.

Segundo o instituto de pesquisas Forrester Research, os nove maiores portais do planeta - AltaVista, America Online, Excite, Infoseek, Lycos, Microsoft, Netscape, Snap e Yahoo! - têm juntos apenas 15% de todo o tráfego da Internet. Mas atraem quase 60% de toda a receita de publicidade online mundial.

Para a Forrester Research, os portais ainda se encontram na infância e provavelmente até 2002 sobrarão apenas três ou quatro adultos, que terão juntos 20% do tráfego de toda a Internet. A eMarketer, consultoria especializada em publicidade online, publicou na revista americana Advertising Age que as empresas americanas gastaram US$ 1,5 bilhão em anúncios na Internet durante 1998. O número representa um incremento de 231% sobre o ano anterior. Para 1999, as pesquisas apontam um crescimento de 73%, somando US$ 2,6 bilhões. E essa festa não está ocorrendo só lá fora. Aqui no Brasil, a expectativa é de que a publicidade movimente cifras de até US$ 100 milhões em 1999, sendo que em 1998 o número foi de US$ 25 milhões.

Por conta disso tudo, a mídia convencional está procurando se associar aos portais da Internet. Os empresários temem pelo futuro de seus negócios e procuram estabelecer suas marcas no território online.

A briga no cenário dos portais brasileiros começou a esquentar no início do ano, quando a americana StarMedia, empresa avaliada em quase US$ 3 bilhões, comprou o Cadê?, por cerca de US$ 6 milhões. Outros gigantes, como Yahoo!, Microsoft, America Online e Telefónica Interativa também desembarcaram dólares no país em busca de audiência online. Deflagrando a guerra no território dos portais. Para Osvaldo Barbosa de Oliveira, diretor de Internet da Microsoft Brasil, talvez esse seja o mercado de portais mais competitivo do mundo neste momento.

Para essa competição, as corporações estão se armando, veja o arsenal de cada uma delas.

Primeira empresa estrangeira a estabelecer operações de portal no Brasil, a Microsoft, dona do MSN (www.msn.com.br), oferece conteúdo de mais de 19 empresas de comunicação locais. Em agosto, a empresa anunciou investimento de US$ 126 milhões na GloboCabo, empresa das Organizações Globo responsável pela criação de projetos na Internet. Os novos parceiros estão trabalhando para unir o embrionário portal Globo.com com o MSN.

Já o site de buscas norte-americano Yahoo!, que também virou portal, abriu escritório em São Paulo e lançou no primeiro semestre sua versão local, com alguns dos principais recursos encontrados no site da matriz dos Estados Unidos.

Maior empresa de Internet do planeta, a America Online buscou associação com o grupo venezuelano Cisneros e desembarcou no Brasil. Já tem site em língua portuguesa e deve lançar um provedor de acesso até o final do ano. A America Online trouxe para o Brasil cerca de US$ 200 milhões.

Reagindo à entrada dos gringos, o Universo Online, portal dos grupos Folha e Abril, foi buscar investimentos de US$ 100 milhões do Morgan Stanley em setembro. O dinheiro vai ser usado para lançar um portal abrangendo toda a América Latina.

O ZAZ encontrou uma saída diferente. Vendeu o controle acionário para a Telefónica Interativa. Estima-se que o grupo ibérico tenha pago US$ 500 milhões no início do semestre pelo negócio.

É fácil entender o interesse dos estrangeiros pelo Brasil. O país tem mais de 165 milhões de habitantes que falam a mesma língua, o que facilita a instalação de grandes operações online. Nos últimos anos, o número de internautas no país cresceu a taxas de mais de 100%, atingindo número de aproximadamente quatro milhões. Segundo a consultoria especializada International Data Corporation (IDC), o número de internautas brasileiros continuará em franco crescimento nos próximos três anos. Se os dispositivos de acesso barato à Web, que já existem nos Estados Unidos, vingarem nos trópicos, a possibilidade de crescimento da Rede local será enorme.

Para Fernando Espuelas, fundador e principal executivo da StarMedia, o Brasil poderá ser o segundo maior mercado de Internet na próxima década. Na área econômica, a desvalorização do real diante do dólar deixou as empresas brasileiras atraentes para o capital estrangeiro. A privatização do setor de telecomunicações também atraiu novos investimentos e há euforia quanto à futura oferta de linhas telefônicas e barateamento dos serviços, imprescindíveis para o crescimento da Internet. E, por fim, mas não menos importante, o brasileiro adora novidades!

A despeito de todos os portais estrangeiros que já estão operando no Brasil, o Universo Online ainda é o maior do país. A empresa divulga ter 80% da audiência dos internautas brasileiros, recebendo mais de 3,4 milhões de visitantes distintos por mês, sendo quase 200 mil estrangeiros. Essa audiência gera 13 milhões de páginas vistas por dia e cerca de 400 milhões por mês. Para "prender" os visitantes em seu portal, o Universo Online reúne mais de 2,5 milhões de páginas da Web com notícias, entretenimento, serviços e comércio eletrônico.

A StarMedia, que começou sua operação com serviços e entretenimento, lançou há cerca de dois meses um provedor de acesso à Internet em parceria com a IBM. O Brasil foi o primeiro país a receber a novidade, que deve ser estendida até o final do ano para Argentina, Chile, Colômbia e México. Para a StarMedia, ter apenas conteúdo não foi o suficiente para chegar ao número desejado de usuários fiéis. O provedor de acesso ajuda a empresa a criar fidelidade entre os internautas, porque será a primeira página a ser acessada por eles quando entrarem na Internet. A StarMedia não divulga seus números de audiência, porque, afinal, o segredo é a alma do negócio.

O portal MSN Brasil atingiu a marca de 652 mil usuários no início do semestre e 10,5 milhões de páginas vistas. Em maio, o site da Microsoft Brasil tinha aproximadamente 150 mil usuários. Já o serviço de correio eletrônico gratuito HotMail, parte do portal, tem cadastrados 523 mil internautas brasileiros. A Microsoft acha pouco e prepara novidades para o segundo semestre junto ao novo parceiro: GloboCabo. As Organizações Globo iniciaram sua estratégia de Internet de forma difusa, criando sites para revistas, jornais, rádios e programas de TV. Mas no primeiro semestre a empresa parece ter acordado para a febre dos portais e a reação veio a galope. Realmente, a associação do maior conglomerado de mídia do país com a maior empresa de software do mundo ainda promete dar o que falar no cenário dos portais da Internet.

A America Online lançou oficialmente seu portal no Brasil em junho passado. Entre os serviços do site estão notícias gerais, dicas de viagens, diversão, conselheiro amoroso eletrônico, web mail gratuito, o AOL Instant Messenger (AIM) em português e compras online. A maior expectativa agora é o início do serviço de acesso à Internet, que usa um conceito inovador para o mercado brasileiro. O browser da America Online é proprietário. Isso significa que o site observado pelos assinantes é completamente diferente do observado por qualquer outro internauta.

Também em junho, o Yahoo! Brasil estreou seu portal. O site brasileiro é o 19º endereço internacional do grupo e o primeiro a ser lançado para um país da América Latina. A primeira ferramenta original do site americano localizada para a língua portuguesa foi o correio eletrônico gratuito. "Deveremos lançar ao longo deste ano diversos outros recursos que já fazem parte do site matriz do Yahoo!, como ferramentas de comércio eletrônico e para a formação de comunidades", diz Heather Killen, vice-presidente internacional do Yahoo!.

Outro concorrente internacional chegando por aqui é O Site, portal que iniciou suas operações no Brasil prometendo conteúdo local, desenvolvimento de comunidades online e total interatividade para os usuários. O portal integra a rede internacional de sites do grupo argentino El Sitio International. O Site já conta com mais de 1,2 milhão de páginas vistas por dia, 138 mil usuários registrados e mais de 1,5 mil contas de correio eletrônico gratuito. Cerca de um mês após seu lançamento, O Site adquiriu o controle do provedor Mandic, um dos maiores do Brasil. "Estamos percorrendo um caminho inverso ao da StarMedia", afirma Marcos Souza Aranha, presidente de O Site. "Nós queremos primeiro ter um produto de qualidade para depois solidificar nossa marca no mercado de Internet da América Latina", diz o executivo. É esperar pra ver quem vai se dar melhor nessa briga.

Portais corporativos

Depois de conquistar os internautas, a moda dos portais está chegando às empresas. Batizados de portais corporativos, eles oferecem comunicação barata e instantânea junto a fornecedores, clientes e funcionários. Os analistas do mercado americano acreditam que o mercado de portais corporativos movimentará algo como US$ 14 bilhões em 2002.

Tom Koulopolous, presidente da consultoria americana Delphi Group, diz que o crescimento dos portais corporativos vai desafiar os gerentes de tecnologia a usar a Internet para tornar suas empresas mais competitivas. "Eles permitem que as empresas sejam mais responsáveis com o cliente e proporcionam a criação de comunidades de negócios com alto índice de personalização", afirma Koulopolous.

Como isso funciona? Simples. Imagine que uma empresa precisa comprar 50 lápis, 80 rolos de papel higiênico e 15 computadores. Pelo método tradicional de negócios, ela teria de enviar dezenas de faxes e dar outros tantos telefonemas para distintos fornecedores. Mas se a empresa contar com um portal corporativo, ela simplesmente coloca o pedido de compra na Internet e recebe as propostas dos fornecedores. Se quiser, pode até fechar a transação usando recursos de comércio eletrônico.

No Brasil, uma das primeiras companhias a lançar um portal corporativo foi a Microsiga. Batizado de tbi2, o portal tem objetivo de servir como fonte de informações e ferramenta de relacionamento e comércio eletrônico para empresas nacionais. O tbi2 traz 11 recursos principais, desde sala de chat até modelos de lojas virtuais prontas.

 

 

 

 

 

 

 

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